terça-feira, 15 de maio de 2012

Lugar Nenhum - I

O cara vai lá, ou melhor, nem vai pra lugar algum, pois quando acha que foi, repara que estava em lugar nenhum além de para dentro de si mesmo, e que para estar lá não precisa nem ir, nem vir, basta simplesmente permanecer ali, ou acolá, sei lá...e esse simplesmente também não chega a ser tão simples assim, chega a ser até que um bom bocado complexo, difícil, tanto de entrar como sair, nem sempre a porta esta aberta, nem sempre existe uma porta de entrada ou de saída e quando ela surge, e se abre, o cara em questão é puxado para ela como se a mesma fosse um vórtex que não respeita nem leis espaciais nem temporais pelo simples complexo confuso fato dessa porta ser metafisica e não muito respeitosa mesmo, ela parece não respeitar nem mesmo a vontade do cara em questão, o que faz com que, sem ir ou vir, o cara apenas esteja e permaneça lá, até que uma nova porta de saída surja e se abra novamente puxando o mesmo cara para fora do em si que ele havia se tornado e o transporte novamente como que num teletransporte involuntário com uma força tão grande e tão sutil que o cara não sabe sequer que voltou de um lugar que ele sequer chegou a ir de fato, e volta ao mundo físico, sem meta, mais físico ainda sim. O cara volta lá.

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